Gente a denuncia foi publicada no O Globo. Vale a pena conferir!! Fiquei bem feliz pois isso já é um começo!!
São Paulo tem seis pessoas para fiscalizar maus tratos a animais em 645 municípios
Publicada em 20/03/2009 às 15h58m Fabiana Parajara, O Globo
SÃO PAULO - Para apurar denúncias de maus tratos a animais e infrações éticas cometidas por veterinários, o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) do estado de São Paulo conta com apenas seis fiscais. Esses seis profissionais são responsáveis por todos os 645 municípios paulistas, número claramente insuficiente para coibir abusos. De acordo com Tatiana Ferraz Pelúcio, coordenadora de fiscalização do CRMV, os fiscais podem agir tanto em faculdades quanto em clínicas veterinárias, mas dificilmente ocorre um flagrante.
- Em cidades pequenas, por exemplo, basta um comerciante ou dono de clínica ver o carro da fiscalização para avisar todos os outros. Não é raro encontrar todas as lojas de uma cidade fechadas - diz Tatiana, explicando que, com o baixo número de fiscais, as denúncias acabam sendo vitais para que os fiscais cheguem onde são realmente indispensáveis.
Mas, pela própria falta de fiscalização, nem mesmo os veterinários sabem a quem recorrer em casos de abusos. Uma veterinária, que prefere não se identificar, não sabia a quem denunciar cães sendo induzidos a paradas respiratórias durante um curso de anestesia em Osasco, na Grande São Paulo.
- Como o grupo de veterinários queria treinar a técnica, eles induziram a parada por cinco vezes. Ou seja, infligiram um sofrimento desnecessário ao animal, que também foi entubado várias vezes. Quando se entuba, por mais cuidadoso que o profissional seja, a garganta do animal fica ferida, pode inchar. Pior é que os dois cães usados depois foram devolvidos ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) sem qualquer acompanhamento - afirmou a aluna do curso, que é ministrado no 2º Batalhão da Polícia do Exército de Osasco, onde funciona o canil do Exército.
O curso, que é ministrado aos domingos, foi organizado pela empresa Juna Eventos, que não tem qualquer registro no CRMV. Segundo o dono da Juna, Luiz Carlos Mourão, o Exército cede o espaço para os cursos.
- Empresas que dão cursos diversos como essa, acabam sendo registradas como empresas de eventos. O Conselho não sabe que elas existem e acabam ficando sem fiscalização - diz Tatiana.
Mourão se defende dizendo que todos os procedimentos são feitos por veterinários formados e que a empresa tem mais de 20 anos de mercado.
- São profissionais que cuidam de animais. Que interesse teriam em maltratar um? Eles também levam seus próprios bichos para poder praticar com eles. No último fim de semana tinha um coelho e uma ninhada de gatos que foram levados pelos próprios veterinários - disse Mourão.
A veterinária que assistia o curso confirma que os animais foram realmente levados pelos próprios alunos, mas ela se sente profundamente constrangida por ver colegas submetendo as cobaias a procedimentos desnecessários e falta de respeito. De acordo com a representante do CRMV, a indução de parada respiratória é mesmo desnecessária.
- O curso tem que ter um médico veterinário responsável que coíba esse tipo de procedimento. Se fica comprovado que ele foi conivente, o profissional fica sujeito a sindicância no nosso conselho de ética - afirma a Tatiana.
O professor palestrante do curso, Newton Nunes, da Unesp de Jaboticabal, não foi encontrado para comentar o caso. O organizador do curso, no entanto, nega que os animais sejam devolvidos ao CCZ de Osasco, de onde foram retirados, em más condições.
- Nós pegamos saudáveis e devolvemos nas mesmas condições. Como estavam anestesiados, não sentiram qualquer dor. Os cachorros, depois que terminam os procedimentos, são postos em caixas de transporte na sombra e levados para o CCZ. Não tem maus tratos. Pelo contrário. Como tirarmos eles de lá, os animais tem mais chances de serem adotados. Neste fim de semana, uma das alunas acabou ficando com um cachorro. Eu mesmo já fiquei com quatro - argumenta Mourão.
De acordo com Tatiana, a partir de uma denúncia, o CRMV pode acompanhar o curso para investigar os procedimentos.
- Mas é importante que, sempre se consiga prova dos maus tratos para nos encaminhar. Com elas em mãos, já enviamos o caso imediatamente para a Polícia Civil e o Ministério Público, que toma as providências. Sabemos que eles têm realmente coibido esse tipo de crime pela quantidade de pessoas que liga aqui tentando saber de onde partiu a denúncia ou, muitas vezes, bravos porque o caso parou na Justiça - conta a veterinária.
- Em cidades pequenas, por exemplo, basta um comerciante ou dono de clínica ver o carro da fiscalização para avisar todos os outros. Não é raro encontrar todas as lojas de uma cidade fechadas - diz Tatiana, explicando que, com o baixo número de fiscais, as denúncias acabam sendo vitais para que os fiscais cheguem onde são realmente indispensáveis.
Mas, pela própria falta de fiscalização, nem mesmo os veterinários sabem a quem recorrer em casos de abusos. Uma veterinária, que prefere não se identificar, não sabia a quem denunciar cães sendo induzidos a paradas respiratórias durante um curso de anestesia em Osasco, na Grande São Paulo.
- Como o grupo de veterinários queria treinar a técnica, eles induziram a parada por cinco vezes. Ou seja, infligiram um sofrimento desnecessário ao animal, que também foi entubado várias vezes. Quando se entuba, por mais cuidadoso que o profissional seja, a garganta do animal fica ferida, pode inchar. Pior é que os dois cães usados depois foram devolvidos ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) sem qualquer acompanhamento - afirmou a aluna do curso, que é ministrado no 2º Batalhão da Polícia do Exército de Osasco, onde funciona o canil do Exército.
O curso, que é ministrado aos domingos, foi organizado pela empresa Juna Eventos, que não tem qualquer registro no CRMV. Segundo o dono da Juna, Luiz Carlos Mourão, o Exército cede o espaço para os cursos.
- Empresas que dão cursos diversos como essa, acabam sendo registradas como empresas de eventos. O Conselho não sabe que elas existem e acabam ficando sem fiscalização - diz Tatiana.
Mourão se defende dizendo que todos os procedimentos são feitos por veterinários formados e que a empresa tem mais de 20 anos de mercado.
- São profissionais que cuidam de animais. Que interesse teriam em maltratar um? Eles também levam seus próprios bichos para poder praticar com eles. No último fim de semana tinha um coelho e uma ninhada de gatos que foram levados pelos próprios veterinários - disse Mourão.
A veterinária que assistia o curso confirma que os animais foram realmente levados pelos próprios alunos, mas ela se sente profundamente constrangida por ver colegas submetendo as cobaias a procedimentos desnecessários e falta de respeito. De acordo com a representante do CRMV, a indução de parada respiratória é mesmo desnecessária.
- O curso tem que ter um médico veterinário responsável que coíba esse tipo de procedimento. Se fica comprovado que ele foi conivente, o profissional fica sujeito a sindicância no nosso conselho de ética - afirma a Tatiana.
O professor palestrante do curso, Newton Nunes, da Unesp de Jaboticabal, não foi encontrado para comentar o caso. O organizador do curso, no entanto, nega que os animais sejam devolvidos ao CCZ de Osasco, de onde foram retirados, em más condições.
- Nós pegamos saudáveis e devolvemos nas mesmas condições. Como estavam anestesiados, não sentiram qualquer dor. Os cachorros, depois que terminam os procedimentos, são postos em caixas de transporte na sombra e levados para o CCZ. Não tem maus tratos. Pelo contrário. Como tirarmos eles de lá, os animais tem mais chances de serem adotados. Neste fim de semana, uma das alunas acabou ficando com um cachorro. Eu mesmo já fiquei com quatro - argumenta Mourão.
De acordo com Tatiana, a partir de uma denúncia, o CRMV pode acompanhar o curso para investigar os procedimentos.
- Mas é importante que, sempre se consiga prova dos maus tratos para nos encaminhar. Com elas em mãos, já enviamos o caso imediatamente para a Polícia Civil e o Ministério Público, que toma as providências. Sabemos que eles têm realmente coibido esse tipo de crime pela quantidade de pessoas que liga aqui tentando saber de onde partiu a denúncia ou, muitas vezes, bravos porque o caso parou na Justiça - conta a veterinária.
Que bom! Eu estou como barata tonta sem saber para quem denunciar, mas encaminhei a denúncia pro CRMV... vou tentar uma pessoa que talvez me ajude, rs. Bjos!
ResponderExcluirMe recomendaram entrar e contato com o ministério público, nesse caso, viu? Vamos ver como o contatamos.
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